Entre os apelos da carne e o prazer dos fluídos, foi no meu
corpo despido que o seu encontrou o abrigo. Entre os afagos contidos por desejos
imagináveis, foi nos meus braços que
você se aqueceu e gostou do que fez e
deixou fazer.
Pelas lembranças que traz, por trás dos apelos sonoros
rompendo o silêncio da noite, em meio aos lençóis perfumados macios, foi comigo que esteve, sorriu e gemeu. E nem sei se vale dizer da surpresa, da
intensidade dos gestos. Nem sei se eu soube dosar a carícia além daquilo que
quis ou se quis mais ainda por te ver tão feliz.
Mais que carinho, os
sussurros, aromas... Muito mais do que a
intensidade do ato, foi a contundência do sentir que causou em você tanto
espanto. O sentimento, o gostar, o querer...
E eu daqui de olhos fechados, precisando sonhar também só para
saber o porquê de te fazer tão feliz.
Querer olhar para você assim como se olham os amantes após o gozo e absorver a
energia do carinho, sentir o que só você desfrutou.
Estar presente no sonho de alguém. Satisfazer o instinto e a
emoção. Causar um tesão difícil de admitir. Esquecer-se das condutas morais,
das regras sociais e simplesmente sentir
a poesia, a essência dos corpos e dos desejos a flor da pele. O que
nos causamos de bom e ousamos dizer.
Todo isso traz a leveza da poesia que em mim brota sempre que enfrento e empresto o sentir alheio.
Nem sei se é
errado nem quero saber. Agora sou
poeta e peço que chegue perto de mim
como no sonho. Perto o suficiente para
um leve toque no rosto, um afago nos lábios , a carícia do olhar, um
sussurro despido de qualquer pudor a
dizer para você: QUE PENA QUE FOI SÓ UM SONHO..
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